dezembro 01, 2007

Thomas Mann, "As cabeças trocadas" - 47

«Nanda voltou-se resolutamente para a jovem mulher do amigo
e indagou: — Fazes alguma ideia dos motivos
que o levam a demorar-se tanto?

— Não posso imaginá-lo, Nanda — respondeu Sita, com a suave,
ritmada e melodiosa voz que ele tanto receara ouvir.
Também acrescentara, sem necessidade alguma,
o seu nome — outra coisa de que tivera medo.

— Vou dizer-te uma coisa, Nanda.
Devias ir à sua procura e ver o que está a fazer.
Não podemos esperar mais. É bastante estranho
que nos deixe aqui sentados, a perder tempo,
enquanto o Sol vai cada vez mais alto.»

— Está certo, vou buscá-lo — replicou Nanda
— Bastará lembrar-lhe a hora. Dizendo isto,
saltou da boleia e subiu ao santuário.»

op. cit., p. 81-2

Sem comentários: