Mas,
assim como ao princípio os homens puderam,
com instrumentos naturais,
embora dificultosa e imperfeitamente,
fazer certas coisas muito fáceis, e,
conseguidas estas, levaram a cabo outras difíceis
com menor trabalho e maior perfeição,
e passando desta forma gradualmente
de artefacos muito simples aos instrumentos
e dos instrumentos a outros artefactos e instrumentos,
chegaram ao ponto de realizar muitas coisas e tão difíceis com pequeno esforço,
assim também o entendimento, por sua força inata,
produz para si instrumentos intelectuais,
através dos quais alcança outras forças para outras obras intelectuais
e, destas obras outros instrumentos, ou seja,
o poder de levar mais longe a investigação,
progredindo assim gradualmente até atingir
a culminância da sabedoria.
(Espinosa, Tratado da reforma do entendimento, § 31)
--------------- // ---------------
Belíssimo, este texto de Espinosa.
Sem dúvida, a produtividade do trabalho
depende primordialmente da fecundidade da natureza,
da inteligência humana e do conhecimento acumulado
na evolução histórica das civilizações.
No entanto, só pelo trabalho dos produtores, as sociedades
criam a riqueza, o bem-estar e o domínio da natureza,
por obediência inteligente às leis físicas que a governam.
Assim se desenvolvem os povos e as nações.
Todo o rendimento provém da criação de valor pelos produtores.
Sem comentários:
Enviar um comentário