janeiro 29, 2009


Diálogo de Hera e Zeus Crónida
(Ilíada, I.536-69):

«[ ] Porém, a Hera
não passou despercebido que com ele se aconselhara
Tétis dos pés prateados, filha do Velho do Mar.
Logo falou a Zeus Crónida com palavras mordazes:

”Quem dos deuses, Pensador de Enganos, contigo se aconselhou?
Sempre te é caro manteres-te afastado de mim,
judiciando coisas pensadas em segredo! E nunca tu ousaste
declarar-me a palavra que tens em teu pensamento.”

A ela deu resposta o pai dos homens e dos deuses:
“Hera, não penses vir a conhecer todas as minhas
palavras: difíceis elas te seriam, minha esposa embora sejas.
Porém aquilo que te compete ouvir, ninguém o ouvirá
primeiro, pertença ele à raça dos homens ou dos deuses.
Mas sobre aquilo que eu decido pensar afastado dos deuses,
não faças perguntas nem de modo algum procures saber.”

:)

janeiro 28, 2009

Paolo Conte - Come Away with Me (Vieni via con me)

janeiro 27, 2009

Vois Sur Ton Chemin

Para uma educação musical,
cortesia da rádio azul

Vois sur ton chemin
Gamins oubliés égarés
Donne leur la main
Pour les mener
Vers d'autres lendemains

Sens au coeur de la nuit
L'onde d'espoir
Ardeur de la vie
Sentier de gloire

Bonheurs enfantins
Trop vite oubliés effacés
Une lumière dorée brille sans fin
Tout au bout du chemin

Sens au coeur de la nuit
L'onde d'espoir
Ardeur de la vie
Sentier de gloire

e le e
i le e
e le i
i e le
e le e
i le e
i le e
i e

e le e
i le e
e le i
i e le
e le e
i le e
i le e
i e

Vois sur ton chemin
Gamins oubliés égarés
Donne leur la main
Pour les mener
Vers d'autres lendemains

Sens au coeur de la nuit
L'onde d'espoir
Ardeur de la vie
Sentier de gloire

janeiro 22, 2009



«Não evoluo, viajo.»

janeiro 21, 2009



«Em vinte anos de poder passei doze sem domicílio fixo.
Vivia alternadamente nos palácios dos mercadores da Ásia,
nas tranquilas casas gregas, nas belas villas com banhos e caloríferos
dos residentes romanos na Gália, em cabanas ou em propriedades rústicas.

A tenda ligeira,
a arquitectura de tela e de cordas,
era ainda a minha preferida.

Os navios não eram menos variados que as moradas terrestres:
tive o meu, provido de um ginásio e de uma biblioteca,

mas desconfiava demasiado de toda a fixidez
para me prender a qualquer habitação,
mesmo móvel.»


(Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano, 1974,
tradução de Maria Lamas, Ulisseia, 1981, p. 106)

os mistérios de eleusis xl

janeiro 20, 2009

Flamenco: Alegrias

janeiro 19, 2009

Lhasa De Sela - La Marée Haute


La marée haute
— paroles: Lhasa De Sela et Riad Malek
/ musique: Lhasa De Sela

LA ROUTE CHANTE
QUAND JE M'EN VAIS
JE FAIS TROIS PAS...
LA ROUTE SE TAIT

LA ROUTE EST NOIRE
À PERTE DE VUE
JE FAIS TROIS PAS...
LA ROUTE N'EST PLUS

SUR LA MARÉE HAUTE
JE SUIS MONTÉE
LA TÊTE EST PLEINE
MAIS LE CÕEUR N'A
PAS ASSEZ


MAINS DE DENTELLE
FIGURE DE BOIS
LE CORPS EN BRIQUE
LES YEUX QUI PIQUENT

MAINS DE DENTELLE
FIGURE DE BOIS
JE FAIS TROIS PAS...
ET TU ES LÀ

SUR LA MARÉE HAUTE
JE SUIS MONTÉE
LA TÊTE EST PLEINE
MAIS LE COEUR N'A
PAS ASSEZ

janeiro 18, 2009

Marco Antonio Bernardo (piano) - Orfeu e Euridice (Gluck)

janeiro 17, 2009

Cecil B. DeMille, Samson and Delilah,
Music by Victor Young




Samson, a Hebrew placed under Nazirite vows from birth by his mother, is engaged to a Philistine woman named Semadar. During a fight at their wedding feast, Semadar is killed and Samson becomes a hunted man. Semadar's sister, Delilah, plots to deliver Samson up for punishment.

To do so, she cuts his hair, which he feels gives him his strength. Falling in love with him, Delilah regrets her act after Samson is blinded by his captors. He is brought to the temple for entertainment, where he topples the structure, destroying his enemies.

janeiro 16, 2009

Nora Ney, Ninguém me ama


Ninguém me ama, ninguém me quer
Ninguém me chama de meu amor
A vida passa, e eu sem ninguém
E quem me abraça não me quer bem


Vim pela noite tão longa de fracasso em fracasso
E hoje descrente de tudo me resta o cansaço
Cansaço da vida, cansaço de mim
Velhice chegando e eu chegando ao fim

janeiro 15, 2009

The Boulevard of Broken Dreams (Gigolo and Gigolette)



http://www.youtube.com/watch?v=_uhpAKuQOQA

janeiro 14, 2009

Connie Boswell, "Gigolo und Gigolette
(The Boulevard of broken dreams)"
,
de homenagem a James Dean,

janeiro 13, 2009

Gigolo und Gigolette, The Boulevard of broken dreams

Peter Kreuder mit seinem Orchester
Telefunken A 1886 mx. 20962
Berlin, 1935

janeiro 12, 2009

Ted Weems - The Boulevard Of Broken Dreams, 1933

janeiro 11, 2009

Jacintha - THE BOULEVARD OF BROKEN DREAMS


http://www.youtube.com/watch?v=Pp0fSmdMH48
E por ter lembrado hoje
o Rio de Janeiro
e a Confeitaria
Colombo,

recordo uma velha canção de Carnaval
dos anos 50 :):

Virgínia Lane canta "Sassaricando" (1952)

janeiro 10, 2009

Tony Bennett & Sting - Boulevard Of Broken Dreams


«Como deveria eu trabalhar? … E não me esquecer,
ao começar o trabalho, de me preparar para errar.

Não esquecer que o erro muitas vezes
se havia tornado o meu caminho.

Todas as vezes em que não dava certo o que eu pensava

ou sentia — é que se fazia enfim uma brecha, e,
se antes eu tivesse tido coragem, já teria
entrado por ela. Meu erro, no entanto,
devia ser o caminho de uma verdade:
pois só quando erro é que saio

do que conheço e
do que entendo.

Se a «verdade» fosse aquilo que posso entender
— terminaria sendo apenas uma verdade pequena,

do meu tamanho.»

Clarice Lispector, A Paixão segundo G. H.,
Relógio d’Água, 2000 (copyright, 1964), p 88.

janeiro 09, 2009

Boulevard of Broken Dreams


Boulevard Of Broken Dreams lyrics

I walk along the street of sorrow
The boulevard of broken dreams
Where gigolo and gigalette
Can take a kiss without regret
So they forget their broken dreams

You laugh tonight and cry tomorrow
When you behold your shattered dreams
And gigolo and gigalette
Awake to find their eyes are wet
With tears that tell of broken dreams

Here is where you'll always find me
Always walking up and down
But I left my soul behind me
In an old cathedral town

The joy that you find here you borrow
You cannot keep it long it seems
But gigolo and gigalette
Still sing a song and dance along
Boulevard of broken dreams
JOSEPHINE BAKER

janeiro 08, 2009

Richard Strauss (Also sprach Zarathustra) - humanity


Tudo o que pertence ao universo,
seja partícula ou galáxia,
seja um animal ou um calhau,
tem, por convenção,
uma existência própria,
todo o objecto é.
Mas seja ele o que for,
a sua definição é arbitrária.

Este calhau ou aquela galáxia,
só através do olhar do observador
adquirem o estatuto de um ser individualizado;
é o observador que, ao traçar a fronteira do que pertence ao objecto,
lhe confere uma singularidade. Para ser objecto do universo,
tem de ser objecto de discurso de um observador
[possível, acrescento eu].

Claro que o homem não é o único observador;
os animais dotados de visão vêem, todas as manhãs,
tal como o homem, a mancha brilhante que sobe no céu;
mas só o homem é capaz de ir além dessa constatação
e de transformar essa mancha em objecto – o Sol.
Essa estrela, como todas as estrelas,
é uma criação do discurso humano.
Sem o homem, o universo não passaria de um continuum sem estrutura. [Discordo aqui; é suficiente que o universo seja compatível com observadores inteligentes]

Qualquer ser humano pode focalizar sobre si mesmo este olhar criador de objectos. Ao focalizar-se, ele já não é só um existente, mas alguém que sabe que existe, alguém que transforma a sua pessoa em objecto do seu discurso. É isso a consciência. Uma experiência que nos permite saber-nos existentes.
..........................................................................
O que houve, ao longo da evolução do cosmos, foi pura e simplesmente uma continuidade na aparição de poderes sempre crescentes das estruturas materiais que se foram formando, poderes esses relacionados com a complexidade dessas mesmas estruturas.

Esse processo foi continuado até ao aparecimento do campeão
da complexidade que é o cérebro humano.

Entre os poderes que recebeu o cérebro,
conta-se o mais decisivo de todos eles, a saber,
a criação da comunicação entre os homens,
a que nós chamámos o «discurso».

Foi então que cada um de nós pôde tomar-se a si próprio
como objecto do seu próprio discurso, ou seja,
desenvolver a sua consciência de existente.

Mas esse discurso só podia existir
numa rede de troca e de partilha.

Essa rede colectiva é, assim, o ponto de partida da consciência individual. O que gosto de resumir com a fórmula ( ): «Eu digo eu porque outros me disseram tu.» O espírito é pura e simplesmente o ponto de chegada da aventura da matéria. Não tem origem senão o conjunto do cosmos.
.........................................................................
( ) a consciência pessoal só viceja se se enraizar numa consciência colectiva; porque a minha consciência é o caminho percorrido na companhia das outras consciências.
..........................................................................
Se eu fosse um núcleo de hélio, maravilhar-me-ia com os poderes de um átomo de carbono, se eu fosse um átomo de carbono, maravilhar-me-ia ... e assim por diante.

Na extremidade da cadeia encontramos o homem. Ora este só se pode maravilhar com o único objecto mais complexo do que ele, com o único objecto que dispõe de mais poderes: a comunidade humana.

Através da consciência, que só me é dada por pertencer a essa comunidade, eu participo no impulso cósmico que tudo impele para a complexidade.

Albert Jacquard, com a participação de Huguette Planès,
Pequeno manual de filosofia para uso dos não-filósofos,
Terramar, Lisboa, 1997; p. 27; 30; 31.
Jerry Lewis - The Errand Boy (1961) Pantomime

janeiro 07, 2009

Carmem Miranda


Vestiu uma camisa listrada,
E saiu por aí,
Em vez de tomar chá com torrada,
Ele tomou Parati,
Levava um canivete no cinto,
E um pandeiro na mão,
E sorria quando o povo dizia,
Sossega, Leão, sossega Leão.

Tirou o seu anel de doutor,
Para não dar o que afalar,
E saiu, dizendo, eu quero mamá,
Mamãe eu que mamá.

Levava um canivete no cinto,
E um pandeiro na mão,
E sorria quando o povo dizia,
Sossega Leão, sossega Leão.

Levou meu saco de água quente,
Pra fazer chupeta,
E rompeu a minha cortina de veludo,
Pra fazer uma saia,
Abriu meu guarda-roupa,
Arrancou a combinação,
Até do cabo de vassoura,
Ele fez um estandarte, para o seu Cordão.

E agora que a batucada,
Já vai terminando,
Eu não deixo e não consinto,
Meu querido debochar de mim,
Porque, se ele pegar as minhas coisas,
Vai dar o que falar,
Se fantasia de Antonieta,
E vai dançar no Bola Preta,
Até o sol raiar...

janeiro 06, 2009

Carlos Ramos - Não venhas tarde


“não venhas tarde!”,
Dizes-me tu com carinho,
Sem nunca fazer alarde
Do que me pedes, beixinho
“não venhas tarde!”,
E eu peço a deus que no fim
Teu coração ainda guarde
Um pouco de amor por mim.

Tu sabes bem
Que eu vou p’ra outra mulher,
Que ela me prende também,
Que eu só faço o que ela quer,
Tu estás sentindo
Que te minto e sou cobarde,
Mas sabes dizer, sorrindo,
“meu amor, não venhas tarde!”

“não venhas tarde!”,
Dizes-me sem azedume,
Quando o teu coração arde
Na fogueira do ciúme.
“não venhas tarde!”,
Dizes-me tu da janela,
E eu venho sempre mais tarde,
Porque não sei fugir dela

Tu sabes bem

Sem alegria,
Eu confesso, tenho medo,
Que tu me digas um dia,
“meu amor, não venhas cedo!”
Por ironia,
Pois nunca sei onde vais,
Que eu chegue cedo algum dia,
E seja tarde demais!

janeiro 05, 2009



Miradoiro

Com tristeza e vergonha enternecida,
Olho daqui
A ponte de palavras
Que construí
Sobre o abismo da vida.

Sonhei-a;
Desenhei-a;
Sólida até onde pude,
Lancei-a como um salto de gazela:
E não passei por ela!

Vim por baixo, agarrado ao chão do mundo.
Filho de Adão e Eva,
Era de terra e treva
O meu destino.
E cá vou como um pobre peregrino.


Miguel Torga, Antologia Poética,
Gráfica de Coimbra, 4ª ed., 1994





Só Nós Dois É Que Sabemos
Tony de Matos
Composição: J. Pimentel

Só nós dois é que sabemos
Quanto nos queremos bem
Só nós dois é que sabemos
Só nós dois e mais ninguém
Só nós dois avaliamos
Este amor forte e profundo
Quando o amor acontece
Não pede licença ao mundo

Anda, abraça-me... beija-me
Encosta o teu peito ao meu
Esquece que vais na rua
Vem ser minha e eu serei teu
Que falem não nos interessa
O mundo não nos importa
O nosso mundo começa
Cá dentro da nossa porta

Só nós dois é compreendemos
O calor dos nossos beijos
Só nós dois é que sofremos
A tortura dos desejos
Vamos viver o presente
Tal qual a vida nos dá
O que reserva o futuro
Só deus sabe o que será

Anda, abraça-me... beija-me

janeiro 04, 2009

Alfredo Marceneiro - O Marceneiro

janeiro 03, 2009

Mi Buenos Aires Querido - Tango, Carlos Gardel



Mi Buenos Aires querido,
Cuando yo te vuelva a ver,
No habr ms penas ni olvido.
El farolito de la calle en que nac
Fue el centinela de mis promesas de amor,
Bajo su inquieta lucecita yo la vi
A mi pebeta luminosa como un sol.
Hoy que la suerte quiere que te vuelva a ver,
Ciudad portea de mi nico querer,
Oigo la queja de un bandonen,
Dentro del pecho pide rienda el corazn.
Mi Buenos Aires, tierra florida
Donde mi vida terminar.
Bajo tu amparo no hay desengao
Vuelan los aos, se olvida el dolor.
En caravana los recuerdos pasan
Como una estela dulce de emocin,
Quiero que sepas que al evocarte
Se van las penas del corazn.
Las ventanitas de mis calles de Arrabal,
Donde sonre una muchachita en flor;
Quiero de nuevo yo volver a contemplar
Aquellos ojos que acarician al mirar.
En la cortada ms maleva una cancin,
Dice su ruego de coraje y de pasin;
Una promesa y un suspirar
Borr una lgrima de pena aquel cantar.
Mi Buenos Aires querido....
Cuando yo te vuelva a ver...
No habr ms penas ni olvido

janeiro 02, 2009

Mouloudji, La Complainte de la butte


La complainte de la butte

En haut de la rue St-Vincent
Un poète et une inconnue
S'aimèrent l'espace d'un instant
Mais il ne l'a jamais revue
Cette chanson il composa
Espérant que son inconnue
Un matin d'printemps l'entendra
Quelque part au coin d'une rue
La lune trop blême
Pose un diadème
Sur tes cheveux roux
La lune trop rousse
De gloire éclabousse
Ton jupon plein d'trous

La lune trop pâle
Caresse l'opale
De tes yeux blasés
Princesse de la rue
Soit la bienvenue
Dans mon cœur blessé

Les escaliers de la butte sont durs aux miséreux
Les ailes des moulins protègent les amoureux

Petite mandigote
Je sens ta menotte
Qui cherche ma main
Je sens ta poitrine
Et ta taille fine
J'oublie mon chagrin

Je sens sur tes lèvres
Une odeur de fièvre
De gosse mal nourri
Et sous ta caresse
Je sens une ivresse
Qui m'anéantit
Les escaliers de la butte sont durs aux miséreux
Les ailes des moulins protègent les amoureux
Mais voilà qu'il flotte
La lune se trotte
La princesse aussi
Sous le ciel sans lune
Je pleure à la brune
Mon rêve évanoui

janeiro 01, 2009

Beethoven, Symphony No 7, II - Karajan, Berliner Phil