março 27, 2013



«Observamos em nós próprios certos factos de um género particular, aos quais chamamos pensamentos, sentimentos, vontades, que não se desenvolvem no espaço e são unicamente visíveis pela consciência. [ ]

Os factos da consciência, com excepção contudo dos «factos voluntários», estão submetidos a leis análogas às que regem o mundo exterior. Podemos descobrir estas leis pelo mesmo processo que às outras leis da natureza, isto é, observando os factos e notando o que há de regular na sucessão deles.

Relacionamos, em geral, os factos da consciência com certas propriedades duráveis do nosso ser, às quais chamamos faculdades; mas, no caso particular dos «factos voluntários», apreendemos directamente a causa produtora ao mesmo tempo que o efeito produzido: temos consciência da nossa vontade como potência activa, e é à imagem desta que representamos as nossas ouras faculdades.»

Jules Lachelier, Psicologia e Metafísica,
Trad. e Prefácio Adolfo Casais Monteiro, Lisboa,
Cadernos Culturais Inquérito, nº 87, pp. 15-16

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