maio 09, 2010

(continuação 7)

«Em certos sítios, o rebentamento de um cano de esgoto
formava um pântano tão largo como um rio,
onde as moscas pululavam e de onde
saíam eflúvios de inomináveis
fedores.

Miúdos nus e sem vergonha achavam graça
em salpicar-se uns aos outros
com esta água putrefacta,
único antídoto contra o calor.»


(continua)

Albert Cossery, As cores da infâmia,
(«Les couleurs de l’infamie», 1999),
trad. Ernesto Sampaio, Antígona, Lisboa, 2000

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